Mais violência brasileira

Volto a insistir em incisiva critica à banalizaçao da violência no Brasil, como tenho feito em alguns artigos neste blog.

Na Folha de hoje saiu uma entrevista com um britanico que estudou as crianças no trafico de drogas em 25 favelas cariocas (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0712200512.htm).

Ele aponta que o Rio sofre hoje as consequencias de ter criado jovens favelados que nao conheceram, nao viveram um mundo que não fosse o do crime e armas de fogo. Esses jovens consideram banal e normal o crime, a violência e a barbarie extremas, como vimos nas declaraçoes da menina de 13 anos que participou do ataque ao onibus lotado na semana passada.

""Os menores demonstravam remorso, mas sempre diziam que viam a morte todos os dias, o que os fazia considerar isso normal. Essa banalização é a maior tragédia. A vida passa a ser muito barata para eles", diz Dowdney."

Nada disso é novo, ha décadas que as crianças e jovens vivem isso nas favelas cariocas, como pode ser visto em filmes e documentarios, como 'Cidade de Deus' e varios outros. Este mundo de violência também nao é excusivo do Rio e pode ser visto em todo o pais, com variados cenarios, tipos sociais, motivações e meios. Mata-se por qualquer coisa e nao so com armas de fogo.

A banalizaçao da violência generalizada é ao mesmo tempo causa e consequência dessa violência: Nao é nada de mais para quem nasceu e foi criado assim...

Como muitas outras questões, isso é cultural, vem sendo alimentado ha tempos, e vai continuar sendo parte da vida no Brasil enquanto os brasileiros não fizerem o suficiente para mudar. O primeiro passo seria reconhecer, se sensibilizar que o grau de violência corriqueiro no pais é gigantesco!