28 octobre, 2005

A historia petista

Saiu na Folha de SP de hoje, na pagina 3 um excelente texto do Gustavo Ioschpe (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2810200510.htm) que reproduzo abaixo para os que nao tem acesso ao jornal.
Ele descreve (corretamente) a historia do que chama de 'esquerda brasileira' até os dias atuais e deseja que, agora, 'caia nosso muro de Berlim'. Essa transiçao desejada, para uma nova esquerda que seja coerente, racional, honesta, democratica e atual, é extremamente desejavel, embora, a meu ver, seja improvavel.
Essa 'queda do nosso muro' vai se dar para uma parte dos brasileiros pensantes que compartilham desses valores, mas isso nao se aplica para a maioria dos brasileiros. Acredito que havera uma mudança do eleitorado de 2002 para 2006, mas esperar essa transformaçao de sonhadores irracionais de 2002 para coerentes e consequentes em 2006... precisa também sonhar!
Talvez nao seja muito agradavel para os meus amigos que sao petistas ouvirem isso, mas ainda assim tenho que dizer: Gostaria que voces lessem este artigo!!

Será que agora cai o muro de Berlim?
GUSTAVO IOSCHPE

"A maioria da esquerda brasileira é tão ou mais atrasada que o atraso que supostamente visa combater. Entrou para a guerrilha quando Che estava morto, criou uma Constituição desastrosamente estatista quando Gorbachev já havia entrado na perestroika e quase elege um operário defensor de um marxismo de folhetim no ano em que caía o muro de Berlim. Quando finalmente chegou ao poder, abandonou os princípios da esquerda e começou a montar um aparato para o seqüestro do Estado e sua entronização no poder que fariam inveja ao PRI mexicano dos áureos tempos (desnecessário apontar que a ascensão do PT no Brasil coincidiu com o ocaso dos congêneres mexicanos).
Por isso, essa crise política pode ser um presente para a democracia brasileira: dá a chance de levar de rodo todo um núcleo antidemocrático que danificava o país na oposição e o faz de forma exponencialmente mais grave no poder.Pois o projeto petista não era, como temiam alguns, tomar o Estado pela via eleitoral para então revolucioná-lo, criando um regime comunista. Era pior, por mais sub-reptício. Tratava-se de aparelhar o Estado, extorquir empresários, sugar recursos de estatais, cooptar e comprar deputados e, assim, mantendo as aparências do respeito às instituições, ir desidratando o país da pouca fibra democrática que conseguimos tecer nas últimas décadas.
E o fariam, ao que tudo indica, não para colocar em prática um projeto de país -quase tudo que está sendo feito aí é apenas uma versão piorada do que já se fazia antes-, mas simplesmente pelo exercício do poder. São pessoas que nutrem o mais profundo desprezo pelo jogo democrático: sentem que a correção de seus ideais e sua pureza lhes conferem uma superioridade moral capaz de beatificar os crimes mais atrozes.
Esse é o comportamento típico das esquerdas stalinistas: a crença inabalável na superioridade da sua missão justifica o atropelo dos direitos individuais. Nos regimes em que essa filosofia chegou ao paroxismo, pagou-se com milhões de vidas. Aqui, onde não se enraizou por completo, se perdeu apenas o Parlamento (ainda que o flerte com o cerceamento de outras liberdades, como a de imprensa, tenha ficado claro na proposta de criação dos vários "conselhos").
A crise terá sido proveitosa se não apenas nem principalmente tirarmos dos cargos fulano ou beltrano, mas sim se a sociedade brasileira finalmente perceber e rejeitar o componente fundamentalmente autoritário dessas propostas dos monopolistas da ética, detentores da verdade, agentes do progresso histórico. Se a sociedade entender que o roubo não é menos criminoso por privilegiar um partido em vez de irrigar uma conta suíça. Se compreender que, quando se começa a desrespeitar as instituições democráticas, por qualquer pretexto que seja, está aberta a porta para que não haja mais nem democracia, nem cidadania. Se deixar de glorificar a pobreza e a ignorância como símbolos de pureza e passar a vê-las como o que realmente são: chagas que oprimem o homem e rebaixam sua condição humana; que devem ser combatidas, não objeto de admiração ou benevolência. Que não há salvadores nem Messias: há processos, instituições, maiorias.
Isso significa que essa débâcle é a senha não só para a revisão dos votos mas de todo um aparato social -uma superestrutura, como diriam os marxistas- que conduz os eleitores a votar do jeito que votam. Isso implica rever profundamente o currículo escolar e a formação dos professores, que, hoje, escondem sua descomunal incompetência (testes educacionais não param de nos colocar nas últimas posições no mundo) sob o manto de um discurso panfletário e marxista-de-ouvir-falar, de que o importante é construir a cidadania crítica, mudar o mundo etc. Que se dane o fato, apontado novamente por pesquisas do Instituto Paulo Montenegro, que apenas um quarto (!) dos brasileiros consegue ler e entender um texto. Para que precisariam nossas crianças ler, se estão aí os brilhantes mestres que as conduzirão no caminho da verdade suprema, não é mesmo?
Precisa colher também toda essa intelectualidade supostamente progressista, que continua falando de socialismo real versus teórico e que reproduz em seu pensamento o mesmo cacoete ditatorial dos políticos que apóia: distorce argumentos para que se enquadrem na verdade propugnada por sua militância, agridem e cerceiam a liberdade dos que pensam diferente.Essa elite intelectual passaria a vida aproveitando a docilidade do denuncismo inconseqüente de oposição não fosse a vitória nas eleições passadas. Felizmente, a chegada e o posterior desmoronamento de seu projeto político permitiu que se vislumbre sua farsa. Hoje, quando o circo pega fogo, os falastrões de outrora se calam. Quando abrem a boca, é para dizer que ainda não chegaram a conclusões (quantos extratos bancários serão necessários para articularem um mísero pronunciamento?) ou para desculpar os incendiários, culpando a malícia dos opositores. A falência de Marilena Chaui não é menor que a do presidente que ajudou a eleger.
O desaparecimento desse grupo não deve ser o desaparecimento da esquerda brasileira. Pelo contrário, deve ser o parteiro do nascimento de uma nova esquerda democrática, sem rancores nem revanchismos, sabendo-se humana e, portanto, falível. Que não queira acabar com a desigualdade empobrecendo os ricos, mas enriquecendo os pobres. Que entenda que não precisa estatizar a sociedade, mas sim socializar o Estado. Que desconfie das revoluções e invista na evolução. Que entenda que não há liberdade na pobreza, mesmo que coletiva, nem inteligência no analfabetismo, mesmo que ele proclame o mais poético dos ideais.
Gustavo Ioschpe, 28, mestre em desenvolvimento econômico pela Universidade de Yale (EUA), é autor de "A Ignorância Custa um Mundo - o Valor da Educação no Desenvolvimento do Brasil" (ganhador do prêmio Jabuti 2005 em sua categoria). Foi colaborador da Folha.
"
O Texto do Gustavo Ioschpe é irretocavel, com exceção do ultimo paragrafo que, embora correto na essência, contém simplificaçoes que dão margem a interpretaçoes totalmente equivocadas: "Que não queira acabar com a desigualdade empobrecendo os ricos, mas enriquecendo os pobres"... boa parte da riqueza dos ricos é oriunda da pobreza dos pobres no Brasil (como? corrupçao, sonegaçao de impostos...), e isso precisa ser atacado; quando ele diz que "nao ha inteligência no analfabetismo", entendo que se refira à equivocada ode petista e Lullista que vemos todos os dias nos pronunciamentos do presidente, mas por outro lado, inteligencia nao é sinonimo de educaçao ou instuçao, como também vemos exemplos todos os dias.

21 octobre, 2005

Adoramos receber os amigos em Paris!


Sobremesa do Stein. Alisson, Petra, Stein e Elcio. 19/10/2005
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Que chique! A primeira quiche do Stein! 19/10/2005
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Domingo maravilhoso de outubro na Place Vendôme, 16/10/2005. Foto: Elcio Ramalho
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Descobrimos uma lojinha de absinto para o Stein ficar feliz da vida. 16/10/2005. Foto de Petra
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Onda brasileira em Paris: Elcio com Eduardo, Lu, Alessandra, Wagner, Sandra, dois amigos de Londres, Stein, Alisson. Foto de Petra
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Cidade luz com lua cheia e a Van, 15/10/2005. Foto: Sra. Amato
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Bate-papo 'Caras' na fazendinha da rainha em Versailles... 15/10/2005
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Visita do Castelo de Versailles e da fazenda da rainha com a Van e seus pais, 15/10/2005. Foto de Petra
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Lamentavel STF 2

Em artigo postado ha pouco o Noblat ("Nosso Retrato" em www.noblat.com.br) trata a questao dos Maluf de ontem no STF sob o mesmo ponto de vista que tratei abaixo (http://grula.blogspot.com/2005/10/lamentavel-stf.html). Mas no caso dele, tem ainda uma foto que mostra o relator (Carlos Veloso) comemorando euforicamente com o advogado malufista... a vitoria.
Essa corrupçao é gritante, a foto choca também pela total desinibiçao do juiz em se mostrar corrupto! Como diz o Noblat: "São o retrato da confraternização permanente no andar de cima - tantas vezes acima da própria lei, da Justiça e da decência."
O relatorio da ONG Transparencia Internacional de 2005 mostra a piora da corrupçao no pais (http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u47276.shtml), sem considerar os escandalos deste ano... e um estudo anexo que analisa o resultado do relatorio correlaciona subdesenvolvimento e corrupçao.

'companheiros' na Volkswagen

A Alemanha tem assistido ha alguns meses a umas historias de festas e prostitutas bancadas pela Volkswagen, para alguns (pelo menos) de seus executivos e alguns (ou mais) 'companheiros' dos seus sindicatos.
Algumas dessas pessoas (la) ja cairam fora e estao respondendo na justiça, como o executivo-chefe de RH.
As historias tornadas publicas contam viagens sexuais em hoteis de luxo, inclusive no Brasil, com prostitutas caras. Em pelo menos um caso a empresa bancava amante brasileira na Alemanha, com apartamento, salario e outras mordomias.
Em entrevista a importante jornal alemão esta semana um acusado relata historias com brasileiros ('companheiros' do sindicato) em festas e orgias. Um deles é Ministro do Trabalho do Lulla. Relata ainda que o mesmo equema de corrupçao usado na Alemanha era empregado no Brasil.
Claro! Se a empresa bancava prostitutas na Alemanha, porque nao faria o mesmo no Brasil?
No Brasil a coisa seria muito mais facil e barata.
E o ministro Luiz Marinho, depois de se recusar a comentar o assunto, agora se mostra indignado e perplexo com essa falsidade (como todos os outros 'companheiros' do Lulla pegos em corrupçoes posteriormente comprovadas).

Lamentavel STF

Nao é a toa que o judiciario é considerado por muitos como o pior, o mais corrupto dos três poderes...
Este tribunal (de ultima instancia) é o lugar preferido dos ricos brasileiros e seus advogados milionarios (e bandidos) para se safarem de quaisquer 'problemas', desde corrupçao até assassinatos.
Nesta semana ja tivemos:
>O seu presidente (Nelson-Jobim-chapa-branca, o tao amado pelo atual governo federal) fazendo lobby para influenciar o voto dos outros magistrados para anular o processo de cassaçao do bandido Zé Dirceu na Camara. Felizmente a decisao do tribunal foi no sentido de nao se meter no que nao é seu direito (processo interno da Camara nao diz respeito ao judiciario).
>O STF liberando os Maluf da cadeia: para isso, esta corte agiu contra uma sumula do proprio tribunal que proibia a apreciaçao de habeas-corpus como neste caso. Aqui, o relator Carlos Veloso se declarou sensibilizado pelo sofrimento do pai preso na mesma cela que o filho! Seria cômico, se nao fosse real!

15 octobre, 2005

Morte do legista: Mafia! Petista!

A morte do legista Delmonte Printes esta ligada à do Celso Daniel por uma linha que passa por pelo menos outras SEIS mortes, segundo tem aparecido na midia brasileira (como "Thriller sem fim (Por Tânia Fusco)", no blog www.noblat.com). Esta histora tem na origem, segundo evidencias mostradas na imprensa, uns caras de nomes José Dirceu, Gilberto Carvalho, Miriam Belchior, Maurício Mindrisz, Ronan Maria Pinto, Klinger Luiz de Oliveira Sousa e Sérgio Gomes da Silva (revista Veja desta semana) e esta diretamente relacionada ao 'caixa 2' petista (o mesmo fundo que bancou o Lulla e sua quadrilha).
Como dito pela Tânia Fusco, esta historia nao deixa duvida de que existe uma mafia por tras. Eu completo que o seu braço potitico é a quadrilha petista!
Ficam umas perguntas: Porque estes casos nao têm sido investigados e relacionados adequadamente? Isso, nem com o 'empurrao da midia'?

14 octobre, 2005

Week-end Niehues-Safioti à Paris

Nous avons reçu Juliana, Silke et Marcelo pendant un weekend chez nous à Paris. Je montre quelques photos que j'ai prises et autres que Marcelo a pris. Je remercie Marcelo de ces photos.

La queue pour le Musée le dimanche, Paris, 2/10/2005
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Au Louvre; Il manque Petra, Paris, 2/10/2005 Photo: Marcelo Safioti
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Sacré-Coeur, Paris, 2/10/2005
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Les Niehues-Safioti à Paris, 3/10/2005
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Les 'pardais' à Notre Dame, Paris, 3/10/2005
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Place des Voges, Paris, 3/10/2005
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Lumière, Paris, 3/10/2005. Photo: Marcelo Safioti
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Les Niehues-Safioti à Versailles, 4/10/2005
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13 octobre, 2005


Jouant à Versailles, 4/10/2005. Photo: Marcelo Safioti
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Silke et Juliana à Versailles, 4/10/2005. Photo: Marcelo Safioti
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La Tour, Paris, 2/10/2005
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Jouant au Champ de Mars, Paris, 2/10/2005
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10 octobre, 2005

Plebiscito do desarmamento

Há dois meses, quando escrevi sobre isso (http://grula.blogspot.com/2005/08/referendo-sobre-venda-de-armas-e.html), esperava que o plebiscito instigasse as pessoas a discutirem e pensarem a respeito da violência brasileira.
Agora, vejo que as pessoas tem discutido o desarmamento, mas nao no sentido que eu gostaria, que é de levantar a questao do excesso de violencia disseminado pelo pais. Pelo menos, o plebiscito tem servido para fazer as pessoas conversarem sobre algo importante, e fora da nulidade de novelas e futebol, embora a um alto custo (algo como R$ 250 Milhões).
Um sinal da importancia dessa maior participaçao popular sao os argumentos utilizados, onde grande parte chega a ser engraçado de tão estapafurdio!
No texto anterior sobre este referendo, eu nao tinha tomado uma posiçao. Agora, meu voto é pela proibiçao da venda de armamentos. Embora essa proibiçao atinja meus valores libertarios, reconheço seu valor face aos numeros do 'desarmamento' (significativa queda de homicidios em 2004 nos estados onde houve maior recolhimento de armas) e causas banais de parte dos homicidios (brigas de bares, acidentes domesticos...).
Um bom artigo pelo 'sim', é um editorial da Folha de ontem (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0910200501.htm).

07 octobre, 2005

Berlin et les vélos

« Berlin : le nez dans le guidon »
Une petite et curieuse histoire des vélos à Berlin (en français, avec audio et photos): http://www.lemonde.fr/web/portfolio/0,12-0@2-3238,31-697221,0.html

Erros, crimes, ética e sociedade brasileira

é o que trata o otimo artigo "Erros e Crimes" do Ivan Izquierdo na Folha de hoje (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0710200510.htm)
Para quem nao conseguir acessar o artigo, pode pedir que envio por email.
Neste artigo o autor trata (corretamente) da 'banda podre' da sociedade brasileira, e sublinha (aqui, excessivamente otimista) a parcela ética dessa populaçao.
Para quem nao sabe, o Ivan Izquierdo é um dos mais importantes cientistas brasileiros (embora seja argentino) .

03 octobre, 2005

Que pais é esse?

Essa estava no blog do Noblat (www.noblat.com.br) e vale copiar aqui: Comentario de jornalistas estrangeiros em Brasilia:
"- O Brasil é um país engraçado. Elege presidente da Câmara um comunista que defende os bancos. E é mais engraçado ainda por dispor de bancos que emprestam milhões a um partido de esquerda confiados apenas no aval de um tesoureiro."
Seria engraçado, se nao fosse tragico!!