08 mars, 2007

Mulheres

Aproveito a data (8/3) para mandar um comentário que 'está atrasado', ou seja, que já deveria tê-lo feito, e a causa do atraso é também minha (escassa) diplomacia ;-)
Eu, caipira do interior do Brasil, sempre achava os europeus modernos. Chegando aqui, essa foi talvez a grande decepção que tive. Recém chegado, essa decepção foi motivada principalmente pelas aparências, uma vez que eu não tinha vivência suficiente no velho continente.
Já passados dois anos aqui eu ainda me surpreendo com traços do que chamo de 'falta de modernidade'.
Antes devo dizer que não conheço toda a Europa! E devo lembrar que aprecio muitas coisas da França, da Bélgica, da Holanda e da Alemanha, coisas diferentes em cada pais. Mas ver na França a cultura das minhas avós depois de passar vários anos no Brasil criticando e recusando essa cultura não é nada agradável :-)
A imagem que tinha de europeus modernos encontrei na Alemanha, principalmente nos jovens.
A menos que alguém realimente a discussão, não me estenderei nos argumentos. Apenas alguns:
  1. apesar da queda da Bastilha ter se dado no século XVIII, os europeus em geral e os franceses em particular enaltecem uma tal nobreza com afinco da dar nojo;
  2. a influência da igreja católica é muito forte e a religião é parte significativa da cultura, sobretudo das pessoas com mais de 50 anos;
  3. a discriminação de raça/origem/famila/classe, etc. é muito mais exarcebada aqui que no Brasil.
  4. Revistas com nomes Caras, People ou coisas que tais, com bestialidades da vida alheia, vendem tão bem aqui quanto ai no Brasil.
  5. O lugar ocupado pelas mulheres é decepcionante! Na Alemanha Ocidental, o papel da mulher, que se resumia ao trio KKK até a década de 60 (Kinder, Kuche, Kirche, ou seja, filhos, cozinha e igreja), continua firme e forte até hoje, como prova a briga atual que se passa por lá, simplesmente porque o governo quer criar mais ceches para as crianças (para que as mães possam trabalhar fora). Na França, embora as mulheres trabalhem fora e tenham um forte posicionamento social, ela ocupa um papel ainda complementar. Elas estão longe de ter o papel das brasileiras, como mostra pesquisa reportada na BBC (aqui): enquanto 42% dos cargos de gerência no Brasil são ocupados por mulheres, na Alemanha elas não passam de12%, na Italia de 14%, enquanto a a média européia é de 17%.
Em todo caso, essas são percepções minhas, pessoais, e devo alertá-lo para não alimentar preconceitos formados a partir de um ponto de vista meu! Mais ainda, esse meu ponto de vista é função de espectativas frustradas, e não de comparações absolutas que revelam, sempre, virtudes e defeitos em todo e qualquer pais ou cultura.

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